quarta-feira, julho 24, 2013

API V - Exercício 2: Análise de Habitações Sociais

Link para o trabalho:
http://issuu.com/viniciushenrique4/docs/teste.docx

API V - Exercício 1: Análise Pós Ocupação





























RELATÓRIO DA PESQUISA NO RESIDENCIAL SÃO JORGE I
A Avaliação Pós Ocupação ocorreu no dia 8 de junho , um sábado por volta das 10 da manhã, em um dia ensolarado. Foram entrevistados 4 apartamentos do bloco H, havendo diferenças significativas nas respostas.
1o Entrevistado:
O primeiro morador entrevistado é do sexo masculino, tem idade entre 20 e 30 anos, ensino fundamental, sua profissão é expedidor e citou as artes marciais como hobby. Seu apartamento é no primeiro pavimento e ele mora com a família constituída de quatro pessoas (mulher e filhos). A renda familiar declarada é acima de R$1.200,00. A família mudou-se para o conjunto no ano de 2010 por ter adquirido o apartamento. O transporte coletivo é o meio mais utilizado para locomoção e o entrevistado se disse insatisfeito com a saúde, educação e cultura no bairro, além de achar sua residência longe do local de trabalho. No entanto, vale ressaltar que o morador, em outro momento da entrevista, disse achar boa a localização do conjunto. Um dos equipamentos desejados pelo entrevistado seria uma quadra poliesportiva.
Em relação ao edifício, o morador disse considerá-lo de aparência feia e acha que os materiais de construção utilizados são ruins. Quanto ao apartamento, foi considerado pequeno, de espaços insuficientes (especialmente a cozinha) tanto para estocagem e mobiliário como para a realização das atividades. É pouco apropriado para receber visitas. A privacidade em termos de vizinhança é boa, mas entre os moradores do apartamento é média. O apartamento agrada os moradores em termos de iluminação e ventilação, as temperaturas internas durante os diferentes períodos do ano são agradáveis, e é barulhento de dia e silencioso à noite. Em geral, a aparência do apartamento e a dimensão dos cômodos desagradam totalmente o entrevistado. Finalmente, o morador respondeu que a família adaptou-se razoavelmente ao apartamento.
2a Entrevistada
Proprietária do imóvel, coloca a segurança como motivo principal pela aquisição, é indiferente aos equipamentos do condomínio por não desejar contato com outros moradores e usa fechaduras extras em sua porta de acesso ao apartamento.
Tem 36 anos, mora com o filho de 11, possui 3º incompleto e é gerente, com faixa salarial superior a R$1200,00. Seu apartamento é simples porém bem decorado, ela se identifica bastante, entretanto, como todos os outros moradores, vê na área de serviço e cozinha, espaços exageradamente reduzidos e insuficientes para realizar atividades referentes ao próprio ambiente. Apesar de responder positivamente à questões relativas à temperatura e acústica, reclama do barulho do vizinho de cima e do frio a noite, ao longo da conversa percebemos que poderia ser um problema de qualidade de materiais, as janelas de baixa qualidade tem frestas grandes por onde passa muito vento e a laje provavelmente é muito fina.
A moradora não se sente afastada da cidade, mas vale ressaltar que ela possui veículo próprio.
No Geral, diz ter se adaptado bem ao apartamento, mas mostra incerteza no discurso ao longo da entrevista, e confessa que ás vezes pensa em vender o imóvel, mas receia não encontrar algo melhor.
3o Entrevistada:
A moradora do apto 1 é uma jovem senhora na casa dos 60 anos cujo hobby é dançar, e vive com a neta e se mudou em 2010 conquistando assim a casa própria. Não tendo conhecimento dos equipamentos do prédio, ela gostaria que houvesse áreas cobertas para festas e quiosques com churrasqueiras. Quanto ao bairro, ela se sente feliz, totalmente incluída em relação a Uberlândia, considerando o Laranjeiras bonito, apesar de abandonado, cujo lazer e cultura são insatisfatório. Já em relação ao transporte coletivo, saúde e educação ela está satisfeita, considerando estes serviços próximos em relação ao edifício.
Ela se sente segura no prédio, e está satisfeita com os materiais e estética deste. Considera a distribuição do apartamento boa, apesar de seus móveis terem que ser trocados por não caberem, Os móveis que ela adquiriu são totalmente suficientes. Ao contrário de alguns moradores, o barulho não a incomoda, considerando silencioso tanto de dia quanto de noite, com boa privacidade, iluminação, ventilação e temperatura sempre agradável.
Considerando o apartamento pouco apropriado para estocar coisas e receber pessoas, e a cozinha muito pequena, no geral ela está muito satisfeita com seu apartamento, considerando muito adequado para ela e sua neta.
4o Entrevistado:
O segundo entrevistado é do sexo masculino e  mora com a esposa que estava presente no momento da entrevista, ambos são idosos com mais de 71 anos. Nenhum dos dois frequentaram a escola e atualmente são aposentados, porém a pouco tempo, o entrevistado, exercia atividades vinculadas ao campo. O casal disse ter como principal atividade de lazer assistir televisão.
        Os dois juntos possuem uma renda mensal de 7 salários mínimos, se destacando dos demais entrevistados. Cinco desses salários são provenientes do aluguel do sítio no qual o casal morava e trabalhava, e os outros são um salário mínimo de aposentadoria para cada um deles pago pelo governo federal. Outro fator que os diferencia dos demais é o fato de terem se mudado nesse mesmo ano, no mês de março, para o condomínio.
        O motivo pelo qual se mudaram para o conjunto foi a localização, nesse caso, a proximidade da unidade de atendimento (UAI).
        Eles se sentem incluídos na cidade; o meio de transporte mais utilizado é o transporte coletivo, o qual consideram satisfatório; realizam a maior parte das atividades no interior do apartamento, porém não se adaptaram bem a ele, provavelmente pela diferença da questão espacial, pois antes de se mudarem residiam em um sítio na zona rural de uberlândia (oque pode explicar o fato de se sentirem totalmente incluídos em relação a localização na residencia atual). Ambos também mencionaram que sentem falta de espaços que possam utilizar dentro do condomínio.
        Em geral o casal acha o bairro agradável, bem cuidado, de boa aparência e bem atendido no que diz respeito a equipamentos urbanos. As reclamações giraram em torno, principalmente, da dimensão dos comodos, da estocagem, etc.
        Nesse caso específico, achamos importante citar algumas das respostas como sendo do casal e não exclusivamente do entrevistado pois, muitas vezes eles discutiam a respeito das perguntas e a resposta dada por ele era, na verdade, um acordo entre o eles.

Conclusões:
A partir das entrevistas realizadas, notam-se inúmeros problemas funcionais e até mesmo estéticos no conjunto em questão. As áreas de lazer são deficientes e inapropriadas; não há privacidade entre os edifícios e a segurança interna do conjunto é questionável; os apartamentos são extremamente reduzidos e, em praticamente todos os casos, não atendem as necessidades das famílias. A maior crítica coube aos espaços da cozinha e área de serviço, mostrando-se insuficientes para a realização das atividades, os espaços de circulação entram em conflito com o uso destes espaços e a estocagem foi considerada por todos como inadequada. O material da edificação é de qualidade duvidosa, com acabamentos fracos e má vedação prejudicando o conforto térmico do apartamento.
Para alguns aspectos os entrevistados responderam positivamente e disseram estar satisfeitos ao que lhes foi apresentado. No entanto, é muito importante ressaltar as condições nas quais as famílias se encontravam, tanto do momento da entrevista – se sentirem pressionados e/ ou constrangidos -, como em relação à situação em que se encontravam, bem como as referências anteriores por eles vivenciadas. Muitas respostas eram conflituosas entre si em diferentes momentos da entrevista e, em outros momentos, era possível perceber certa incoerência entre o que se respondia e o que se constatava de fato, por observação. Portanto, além das críticas de projeto levantadas pelo grupo, a ponderação e o balanceamento em relação às respostas e às reais circunstâncias foram essenciais para o estabelecimento das conclusões da análise de pós-ocupação.